VAMOS DE CASO CLÍNICO?
Este trabalho relata o caso de um paciente de 63 anos, com quadro de rebaixamento agudo do nível de consciência, agitação, confusão mental e vômitos incoercíveis. Apresentava história de neoplasia intracraniana benigna, em acompanhamento periódico. Ao chegar ao departamento de emergência, seu estado geral deteriorou rapidamente. Foi então submetido à ressonância magnética encefálica. Veja as imagens:
Diante dos achados e da história relatada de neoplasia benigna intracraniana, foram solicitados os exames anteriores do paciente:
O paciente foi submetido à ventriculostomia de urgência e, assim que estável, a lesão foi ressecada. A análise histopatológica confirmou o diagnóstico de subependimoma, evidenciando também áreas de necrose isquêmica e alterações degenerativas.
FICA A DICA! Avaliando-se a evolução por imagem, os autores hipotetizaram que o mecanismo da hidrocefalia obstrutiva aguda mais provavelmente decorreu de translocação da lesão.
UMA BREVE DISCUSSÃO
Subependimomas são tumores grau I da OMS, de crescimento lento, usualmente permanecendo assintomáticos e diagnosticados de forma incidental. Raramente apresentam sintomas, a depender de sua localização, podendo levar à hidrocefalia obstrutiva em casos seletos de necrose intratumoral e crescimento agudo.
No entanto, este é o primeiro caso relatado de subependimoma levando à hidrocefalia obstrutiva aguda por translocação, sem aumento volumétrico significativo da lesão. Se reparar com cuidado, a lesão passou a apresentar certo grau de restrição à difusão nas imagens de controle, o que não existia no exame inicial, inferindo alterações isquêmicas. Os autores acreditam que torção do pedículo vascular podem ter levado à isquemia e destacamento do tumor da parede do ventrículo lateral, com consequente translocação e hidrocefalia aguda.
Complicação inesperada, né?