Displasia tanatofórica, acondroplasia e hipocondroplasia pertencem ao grupo de desordens esqueléticas genéticas relacionadas ao grupo FGFR3. Já foram documentadas anormalidades do lobo temporal em displasia tanatofórica e hipocondroplasia. Em crianças com acondroplasia, também já foram bem documentados os achados de imagem do crânio, entre eles o estreitamento do espaço subaracnoide no nível do forame magno, ventriculomegalia e alargamento bifrontal do espaço subaracnoide. A combinação de megaloencefalia, aumento do lobo temporal e sulco profundo aberrante foi sugerida como específica para displasia tanatofórica.
Este estudo objetivou testar a hipótese de uma possível extensão dos achados de malformações temporo-occipitais relacionadas a osteocondrodisplasias-FGFR3 a indivíduos com acondroplasia, que é a displasia esquelética não letal mais comum.
Foi um estudo retrospectivo que incluiu 13 crianças com diagnóstico de acondroplasia, variando entre 3 meses e 12 anos no momento da realização da RM. Nove delas apresentaram teste genético confirmando mutação FGFR3; as outras 4 crianças não realizaram o teste genético, tendo o diagnóstico de acondroplasia confirmado clinicamente e radiograficamente.
Diversas características por imagem foram avaliadas e os resultados foram os seguintes:
1) Todas as crianças mostram um sulco temporal transverso profundo (visível nas imagens axial T1 e sagital T2);
2) 12 crianças com inversão hipocampal incompleta e ventriculomegalia (definida como medida dos cornos frontais dos ventrículos laterais > 10mm);
3) 11 casos com hipersulcação no lobo temporal mesial, com extensão ao calcar avis em 9.
Os outros achados foram redução da diferenciação branco-cinzenta no lobo temporal mesial em 5 casos; morfologia triangular no corno temporal em 6 e megaloencefalia em 5.
Heterotopia subependimária e polimicrogiria não foram demonstradas (estes achados já foram descritos em outros estudos como associados a displasia tanatofórica e hipocondroplasia).
Deste modo, os achados deste estudo reforçam a associação de malformações do lobo temporal e displasias esqueléticas relacionadas a diferentes mutações no gene FGFR3.
Agora, vamos a algumas imagens?
Interessante não?
Fiquem atentos 🙂
Fonte: S.A. Manikkam et al.
American Journal of Neuroradiology 2018, 39 (2) 380-384
doi: https://doi.org/10.3174/ajnr.A5468