Mielinólise pontina e extrapontina a despeito de correção adequada do sódio

Mielinólise pontina e extrapontina a despeito de correção adequada do sódio

Trata-se do relato de caso de uma mulher de 55 anos que se apresentou no Pronto Socorro com fraqueza e tontura. Ela apresentava histórico de depressão, hipertensão, doença celíaca e uso excessivo de álcool. Não apresentava sintomas ou sinais neurológicos focais.

Os exames laboratoriais revelaram hiponatremia (99mmol/L) e hipocalemia (3.0mmol/L), possivelmente multifatorial (uso de escitalopram, hidroclorotiazida, diuréticos e ingestão de álcool). Ela foi tratada adequadamente, com aumento lento do sódio sérico. Em seguida, quatorze dias após a internação, desenvolveu disartria e fraqueza no braço / perna esquerda, apesar do sódio sérico normalizado. O exame, no momento do declínio clínico, mostrou bradicinesia, hipomimia, hemiparesia piramidal esquerda e hiperreflexia, com fala atáxica e dismetria leve. 

A RM do crânio revelou hipersinal na sequência FLAIR envolvendo ponte, mesencéfalo, tálamos mediais e núcleos da base, com aspecto bilateral e simétrico, sem restrição à difusão. Vejam a imagem abaixo.

Mielinólise pontina e extrapontina a despeito de correção adequada do sódio

história clínica e os achados de imagem são consistentes com mielinólise pontina e extrapontina (também conhecida como síndrome de desmielinização osmótica), apesar do tratamento adequado para correção sérica do sódio. Provavelmente, isso estava relacionado à gravidade da hiponatremia inicial, juntamente com hipocalemia e histórico de ingestão excessiva de álcool.

Considerando-se que o sódio era normal, não havia tratamento validado específico para esta paciente. Dessa forma, foram instituídas medidas de apoio. A paciente melhorou lentamente e recebeu alta para reabilitação hospitalar.

Quais os aprendizados do caso?

A mielinólise pontina (e extrapontina) pode ocorrer apesar da correção adequada de sódio, provavelmente relacionada à gravidade, duração da hiponatremia inicial e etiologia subjacente.

Pode haver um atraso entre os sintomas neurológicos e os achados radiológicos nessa condição.

Fonte: Micieli A, et al. Pract Neurol 2019;0:1–2.

Doi: 10.1136/practneurol-2019-002347

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