Parte 2- Lesões Sólidas – Radiolucent Jaw Lesions: Imaging Approach

Tumores Sólidos/Sólido-cístico bem delimitados

Odontogênico
 
Ameloblastoma

Lesão benigna, mas localmente agressiva. Surge das células formadoras do esmalte do epitélio odontogênico e, menos comumente, do revestimento de um cisto dentígero. 

O pico de incidência é da quarta a sexta décadas de vida, sem predileção por sexo. 

Tumor odontogênico mais comum, correspondendo a quase 10% desses tumores. 

Classificado em:

Ameloblastoma unicístico: tem um comportamento biológico relativamente benigno e afeta a faixa etária mais jovem, principalmente na segunda década de vida. 

Tipo extraósseo/periférico: é um tumor raro e pode ser observado envolvendo a mucosa bucal, lábios etc. Diagnóstico feito apenas pelo anatomopatológico.

Ameloblastoma metastático: refere-se ao tumor que apresenta metástases distantes, mas é histologicamente benigno. 

Achados de imagem

· Lesão radiolúcida unilocular/multilocular com acentuada expansão vestíbulo-lingual.

· Localização típica é a mandíbula posterior (corpo posterior e ramo). 

· As septações no interior da lesão podem dar aspecto de “favo de mel” ou “bolha de sabão”

· Ruptura cortical, reabsorção radicular e extensão dos tecidos moles devido à agressividade da lesão.

· Realce do componente sólido na TC e RM.

· Componente cístico com baixo sinal T1 e alto sinal T2.

· Restrição da difusão do componente sólido.

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Não odontogênicos

Granuloma Central de Células Gigantes

Resulta de um processo reativo secundário à hemorragia na mandíbula. Histologicamente, há áreas de hemorragia, tecido fibroso e células gigantes semelhantes à osteoclastos na lesão. 

Mais frequente em mulheres jovens na segunda e terceira décadas de vida. 

 

Achados de imagem

· Lesão expansiva multilocular na mandíbula anterior, com tendência a cruzar a linha média.

· A lesão pode mostrar expansão e adelgaçamento e remodelação cortical. As septações internas podem dar origem a uma aparência de “favo de mel”. 

·Na RM, a lesão apresenta sinal intermediário nas imagens T1 e T2 com realce moderado a acentuado pelo contraste.

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Histiocitose de Células de Langerhans

Doença caracterizada pela proliferação anormal de células de Langerhans do sistema reticuloendotelial.  A mandíbula é o segundo osso mais comumente envolvido depois do crânio. Em geral na infância/adolescência.

Os sintomas variam de dor, inchaço, afrouxamento dos dentes e limitação da abertura da boca. 

Achados de imagem

· Lesão lítica, geralmente com bordas bem definidas.

· Aparência de “dentes flutuantes”.

· A ruptura cortical, a extensão dos tecidos moles e o realce acentuado podem ser vistos nas imagens transversais.

 

Lesões Radiolucentes com Margens Mal Definidas

Odontogênico

Tumores Odontogênicos Malignos

Estes são tumores raros que incluem carcinomas e sarcomas odontogênicos. As características agressivas que apontam para malignidade incluem margens mal definidas, destruição cortical, extensão de tecidos moles e componentes de realce sólidos que mostram difusão restrita na ressonância magnética.

Não odontogênico

Osteomielite

Afeta mais frequentemente a mandíbula do que a maxila. 

As causas incluem infecção pulpar ou periodontal, trauma, corpo estranho ou procedimento cirúrgico anterior. 

A osteomielite pode ser aguda ou crônica. Enquanto a osteomielite aguda se apresenta com dor intensa, febre, edema, trismo, parestesias ou mesmo fratura patológica, os casos crônicos geralmente são mais indolentes na apresentação.

Achados de imagem

·  Cenário clínico de infecção odontogênica/trauma/cirurgia.

·  Lesão lítica mal definida com reação periosteal e foco de dente cariado.

·  Perda dos planos de gordura dos tecidos moles circundantes com abscessos que aumentam a borda.

·  Marcado hipossinal medular em T1.

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Osteonecrose

A osteonecrose da mandíbula pode ocorrer como resultado de radiação (osteorradionecrose) ou medicação que pode ter efeitos antiangiogênicos/supressão da remodelação óssea (osteonecrose da mandíbula relacionada à medicação [OMRM]). 

Os medicamentos relacionados são: bifosfonatos usados ​​no tratamento de osteoporose e malignidade e inibidores de tirosina quinase do tipo imunossupressor ou inibidores do fator de crescimento endotelial vascular (VEGF). 

 

O diagnóstico de OMRM é baseado em três critérios:

1.    Área de osso exposto que não cicatriza por mais de 8 semanas.

2.    Tratamento passado ou atual com medicamentos relacionados.

3.    Sem antecedente de radioterapia.

4.    Em geral, ocorre entre 6 e 60 meses de tratamento.

A osteorradionecrose em geral ocorre dentro de 4 meses a 2 anos, embora também tenha sido relatada apresentação tardia após muitos anos. 

Os fatores de risco incluem a carga e o estágio do tumor, alta dose de radioterapia, quimiorradiação concomitante, lesão ou extração dentária, infecção, imunossupressão, estado nutricional ruim e higiene bucal deficiente. 

Os estágios iniciais podem ser assintomáticos e detectados apenas em exames de imagem. Os pacientes geralmente se apresentam tardiamente com osso necrótico exposto e mucosa ulcerada. Outras características incluem dor, descarga de pus, trismo, parestesias e febre.

Achados de imagem

· Estágio Inicial: Áreas líticas mal definidas, destruição óssea permeativa e focos escleróticos .

· Estágio avançado: Sequestro, fragmentação, áreas de atenuação gasosa, destruição cortical, reação periosteal e fraturas patológicas.

 

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Tumores Malignos Não Odontogênicos

Tumores não odontogênicos são em sua maioria extensões de carcinoma espinocelular da cavidade oral.  Outras lesões malignas não odontogênicas que afetam a mandíbula incluem as seguintes:

·  Metástases.

·  Malignidades hematológicas.

·  Sarcomas de elementos ósseos, cartilaginosos ou neuroectodérmicos.

·  Transformação maligna de remanescentes epiteliais salivares intraósseos.

 

Sarcomas

Incluem osteossarcoma (mais comum), condrossarcoma, fibrossarcoma e sarcoma de Ewin. O osteossarcoma primário da mandíbula ocorre um pouco mais tarde do que outros ossos longos, com pico de incidência na terceira e quarta décadas de vida. 

O osteossarcoma também pode ocorrer secundariamente à radioterapia da região da cabeça e pescoço. É mais frequentemente visto envolvendo a mandíbula posterior.

 

Achados de imagem

– Lesão lítica, esclerótica ou mista. 

– As formas esclerótica e mista podem apresentar a característica reação periosteal em “raio de sol” com destruição cortical. 

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